Talvez ela não tenha percebido
No meu olhar o desejo
Seus lábios, diferente dos meus
Não clamavam, pelo encontro do beijo
Sua pele não sentia a necessidade
De se aquecer na minha
Somente minhas mãos
Incessantemente pelo seu corpo procura
Meus olhos fechados lhe enxerga, toda nua
Será que eu aguardo
Entre nós pintar um clima?
Ou tomo uma atitude
E antecipo esse momento
Por ser poeta, talvez eu me contenha
Pois esse sentimento
A de me render, mais uma poesia
Ironia...
Mas como homem eu te quero
Agora sem demora
Minha vida
De repente sou interrompido
Em meio a criação desses versos,
Surpreendido
Em um momento de inspiração
A dona do meu coração
Rouba a cena
Empurra para longe
Caderno e caneta
Em meu colo se senta
Sem tempo para mais nada
Me beija, e reascende
Em questões de segundos
O desejo que havia se aninhado
Trocamos carícias, repletas de malícias
A temperatura se eleva
No momento somos fogo
Tesão, transpiração
Amor acima de tudo
Sintonia e sedução
Paixão
Nesses momentos
Somos um só
Entrelaçados como nós
Desatados somente após saciados
Um breve descanso
E o ciclo de amor, será reiniciado
Everaldo Magalhães