sexta-feira, 2 de março de 2018

O Seu Castelo, Desmoronou

Agora é tarde para pensar
Sofre reflexos, de uma atitude
Averso aos seus princípios
Foi movido pelo ódio
Hoje, se encontra nesse lugar
Cinzento e vazio
Cercado, por grades e correntes
Imensos muros de concreto
Acima, atiradores na espreita
Atentos às movimentações
Agora, é banho de sol
Nu de cabeça baixa
Na mente um filme que passa
Como fora, parar ali?
"Matou por amor"
Aquele era o discurso
Mas o sentimento de posse
O ciúme doentio
Ascendeu o pavio
O gatilho puxou
Julgado e condenado
Branco, pálido
Cumpri a sua pena
Sonha com a liberdade
E reconquistar aquele amor
Em questão de segundos
Uma atitude inapensada
A força extrema foi usada
O seu castelo desmoronou

Everaldo Magalhães

Inevitável Colisão

Em alta velocidade
A motocicleta se deslocava
Assim descreveu, a testemunha
- Ela vinha a milhão
O carro estava devagar
Porém, subia na contramão
Faróis apagados
Única reação, freada brusca
Inevitável colisão
Arremessado o motoboy
Para o outro lado da rua
Agora  o carro que sai acelerado
Caracterizando omissão
Em questão de minutos
Aglomera a multidão
Alguém saca do bolso o celular
Não para acionar o socorro
Mas sim para gravar o ocorrido
E postar, nas redes sociais
Esperando likes e views
Essa é a realidade atual
Enquanto vítima agoniza
Dezenas de compartilhamentos
A notícia chega a família
Que cai em desespero
O caso veicula na imprensa
Destaque no jornal local
Fato narrado é corriqueiro
Hoje no Brasil
Vítimas fatais no trânsito
Infelizmente é natural
Devagar, também se chega
Direção e álcool não combinam
São tristes versos reais
Que são expostos nessas linhas

Everaldo Magalhães