quinta-feira, 18 de julho de 2019

Imbatível

Não sinta vergonha
Se lágrimas dos olhos caem
O choro não é sinônimo de fraqueza
Às vezes é necessário deixar rolar
Para banhar a dor
A esperança regar
A fé renovar
Resgatar o amor
E fazer  renascer
Em meio aos percalços
E batalhas da vida
Você é capaz
E lutar, é o mínimo que pode fazer
Não se entregar
Não permanecer, no estado de tristeza
Erga a cabeça
Que o amanhecer, traz novas
 oportunidades
Se hoje a lágrima, teima em cair
Se fortaleça na dificuldade
Pois resistência e persistência
São virtudes de vitoriosos
Daqueles que mesmo entre
Turbulências e dores
Permanecem em pé
Faz da adversidade, combustível
Sim, renovado na fé
Na presença de Deus, imbatível

Everaldo Magalhães







sábado, 13 de julho de 2019

Palavras No Papel

A inspiração bate à porta
E eu desprevenido
Sem caderno, lápis ou caneta
Nem celular, tablet ou computador
Como registrar o poema
Que me vem de forma plena
Assim como se fosse, cachoeira
Descarrega a poesia,
A mente é aliada
Mas não é capaz de armazenar
Repito inúmeras vezes
Em pensamentos
Mas a todo momento
A sequência dos versos
São mudadas
Por outras vezes
Mudam-se as palavras
Mas uma base é salva
Na memória
Quando chego em casa
Desaba o temporal
Palavras no papel
Feito enxurrada
Poesia escrita, enfim
Me vem um pensamento assim:
" O poeta sem ferramentas
Desperdiça materia prima
E a inspiração passa
Voa feito vento
É como se fosse, o centro avante
Que perde a chance
Clara de gol
Aos 45, do segundo tempo "

Everaldo Magalhães

Sua Inspiração

Sua inspiração,
Também me inspira
Captadas por suas lentes
Obras divinas
A natureza em sua plenitude
Um céu que parece
O reflexo de um rio
O sol longínquo, no horizonte
O arvoredo que purifica o ar
Ao alcance de suas mãos
Com seu dom, e sensibilidade
Registra cada momento
Ao clik da câmera
Transforma fotografias em arte
Linda paisagem
Cartão postal ao seu dispor
À luz do dia
Encanto aos olhos
Beleza rara
Que nos conecta
Que hoje gera, minha poesia

Everaldo Magalhães






Armado De Fé

Armado sempre estive
Mas de fé, não de calibre
Nunca foi do meu feitio
Portar uma arma de fogo na cinta
Se a minha missão
É  propagar
O amor e a paz
Em forma de poesia
Trago o livro nas mãos
Na mente inspiração
Palavras são munições
Comos tiros certeiros
De coração a coração
Educação é o caminho
Para a mudança
Informação é a chave
Uma mente instruída
Abrem portas
Coloca o sistema em choque
Por isso não investem
Nossa progressão icomoda
Drogas e armas, fácil acesso
O plano é, para que matemos
Uns aos outros, sempre foi
Mas o tiro irá sair pela culatra
Vamos invadir escolas, faculdades
Ocupar  o planalto
E resgatar o que é nosso
O povo pelo povo
Sem divisões
Pura utopia...
É a mente do poeta
Que ainda acredita
Mesmo em meio caos
O bem prevalecerá
Os versos serão de paz
Os telejornais, menos sangrentos
Viveremos em comunhão
Todos unidos
Em um só sentimento

Everaldo Magalhães




Equilíbrio

Guiado por Deus
Orientado por meus pais
Meu irmão como exemplo
A trilha sonora, o rap
Poesia, filosofia de vida
A esposa parceira
Para toda a vida
Filha meu tesouro
Essa é essência
Que me mantém
Forte nos trilhos
De cabeça erguida
Pronto para o que vem
O que me leva além
Que faz sonhar e acreditar
Que o melhor sempre
Estará por vir
E que devo persistir
Para alcançar meus objetivos
E é nesses pilares o refúgio
Quando algo não dá certo
Onde recupero as forças
Para prosseguir
Assim caminho
Sempre no passo a passo
Ciente que o trabalho
Será árduo
Que a conquista
É consequência
Do plantio
Pois nada vem de graça
A vitória, ela é suada
Assim sempre vai ser
Em busca do equilíbrio
E da paz de espírito
Para o bem prevalecer
Para atingir a evolução
O crescimento pessoal
Uma base forte é primordial
Em nosso viver

Everaldo Magalhães











Correspondência

Na caixa de correspondência os boletos não paravam de chegar, ele desempregado  a meses, somente sua esposa a trabalhar.  Vivia de bicos, esporadicamente, já ela trampava com carteira assinada como secretaria, em um consultório, odontológico, nos dias de folga era trancista, "fazia a cabeça, de quem morava na  quebrada".
Diante da necessidade, nesses momentos de crises, abidcava do descanso merecido. Diariamente João entregava currículos mas até o momento não surgiu oportunidade, esses dias fez entrevista, mandaram aguardar.
Ele sentia-se  frágil de orgulho ferido como homem
ao ver Maria se desdobrando, para obter renda para família, mas todos os dias a ferida cicatrizava pois
 se orgulhava da mulher guerreira que tinha em casa.
Ele por sua vez fazia do sofrimento, do aperto e dos momentos de alegria, expressões sentimentais em forma de poesia, é verdade João tirava onda de escritor, esse dom e sua fé, o mantinha firme no caminho do bem. Mesmo com tantos contratempos, havia também algo especial que renovava sua esperança a cada dia, Eduarda a filha do casal
6 anos completos, estava aprendendo a ler, era por ela que João e Maria corriam, para que o básico não  faltasse e justamente por ela que João recusou alguns convites.
Mundo do crime!
Era sexta feira, Maria saiu apressada colocou sobre o rack, algumas cartas e partiu para o trabalho, João pegou a pasta com os currículos impressos deixou Eduarda na escola, e na volta pegaria sua filha, ficariam o período da tarde em casa. Chegando foi logo tomar um banho ligou a tv, no canal de  desenhos, Eduarda como sempre  curiosa, começou a ler a carta que estava por cima, na  pilha de correspondências:
" A-GE-CI-A DE EM-PE- GO...
VO-CE FO-I SE-LE-CI-O-NA-DO "
Quando João passava do banheiro para o quarto, ficou emocionado  ao ver , sua pequena ler.
De repente um estalo, foi conferir.
Sua filha lhe daria a notícia, tão esperada.
Era para que ele se dirigisse, na segunda-feira de manhã, passar na agência e em seguida encaminhar-se até o laboratório, para realizar os exames médicos.
Extremamente feliz, após se recompor, passou a mão no vale refeição de sua esposa, para fazer uma surpresa para a sua amada.
Foi até o mercado, para sua filha comprou sorvete e algumas coisinhas para a casa, resolveu extravasar...
Acabara com o limite do cartão para celebrar a vitória almejada e o progresso de Eduarda...
A ocasião merecia Chandon, mas ele levou Chuva de Prata.

Everaldo Magalhães